Chicago PD nos apresentou essa semana, um caso totalmente diferente
dos padrões mostrados até aqui. Nada de traficantes e drogas, Voight fazendo
promessas em troca de informações ou a necessidade de usar os informantes que
os agentes têm espalhados por Chicago. PD
saiu da sua zona de conforto e trouxe um caso extremamente forte e impactante e
que tinha como pano de fundo a inconsequência de alguns jovens.
Casos que envolvem crianças são
sempre chocantes. O coração fica apertado e aquele pensamento de que “o mundo
deu muito errado” é fortalecido. Logo nos minutos iniciais, ver aquele menino
com mãos e braços amarrados e dentro de um freezer, foi totalmente angustiante.
O pior foi descobrir o gatilho
dessa morte. Um pai perdeu seu filho há 18 anos por causa de jovens que
manuseavam uma arma que acabou disparando acidentalmente. Na trajetória da bala, estava a vida de uma
criança. E os jovens irresponsáveis, com medo, foram incapazes de socorrer essa
criança. Não existe essa de que “ah, não dava para fazer nada por ele”. Dava
sim! Até um médico atestar o óbito, muita coisa poderia ter sido feita. Mas é
aquela história, cegos pelo medo, esses jovens foram incapazes de pensar na dor
dos pais daquele garotinho.
E depois de tanto tempo,
consumido pela dor e desejo de vingança, o pai desse menino começa a se vingar
matando os filhos daqueles jovens. É absurdo ver que um pai que sofreu tamanha
tragédia, esteja se vingando querendo causar o mesmo sofrimento pelo qual
passou. Mais triste ainda é saber que esse caso não é apenas ficção. Basta dar
uma passadinha nas páginas policiais para encontrar vítimas que acabam virando
assassinos.
Por isso, além de se afastar dos
seus modelos de episódio e mostrar que sabe se virar bem, PD ainda traz com esse episódio uma reflexão profunda. O quão
ferrados nós estamos, que sempre estamos olhando para o nosso próprio umbigo? É
impossível cultivar um sentimento tão bonito e singelo como a empatia?
Sobre os personagens, a série deu
andamento em algumas tramas. Antonio, que vinha apagado, teve seu destaque.
Como era um caso envolvendo pai e filho, a série aproveitou para reaproximar o
Antonio do seu filho. É interessante ver como as formas de interrogar do Voight,
antes tão criticadas, são absorvidas pelos personagens nos momentos em que eles
se sentem particularmente conectados com o caso. Gostaria muito de ver a série
abandonado essa estratégia durante alguns episódios e utilizando-se de outros
artifícios para conseguir as confissões. Poderia ser útil até na introdução de
algum novo personagem. Inserir alguém que tenha diploma na área da psicologia
traria uma nova perspectiva para PD.
Erin, como condição para voltar
para a Inteligência, agora mora com o Voight. É algo que não deve durar por
muito tempo, mas é bom ver essa relação deles de pai e filha ser reconstruída.
Eu ainda acho que podem trabalhar melhor a Lindsay e não ter tanta pressa para
desenvolver os plots da personagem. Já deu para ver que mesmo apesar de tudo, a
detetive tem um grande carinho pela sua mãe e essa distância, mesmo que
benéfica para ambas, é algo complicado.
Falando em Bunny, a mulher parece
criança que faz birra quando não consegue o que quer. Com essa acusação feita
ao Voight, ela está entrando em águas profundas. Pode até ser o começo de sua
redenção. Ela faz tanta coisa prejudicial para si e para a Erin, que só quando
estiver em perigo é que vai botar a mão na consciência e pensar nas suas ações.
Alvin continua tentando se
aproximar da sua filha, mas as tentativas têm sido em vão. Ele parece não saber
o que fazer, e a garota disfarça bem. Porque sim, com certeza essa história de
que ela está morando com amigos vai render e não de um jeito bom. Nesse caso, é
bom que a série dê uma acelerada nesse arco. Dois episódios e dois encontros no
mesmo lugar que pouco acrescentaram para a evolução da história. PD precisa analisar suas tramas e conseguir
enxergar quais merecem um desenvolvimento mais lento e quais necessitam de um
desfecho rápido.
A história da seringa acabou que
era uma atitude extremamente bonita do Roman. Acontece que o patrulheiro é
doador de medula, por isso até aparentou certo cansaço na perseguição que abriu
o episódio. Roman é um personagem que merece um bom arco. Ele não tem
pretensões de ser promovido para a Inteligência, mas existem outras vertentes
que podem ser exploradas. Alguns acham que ele será uma peça a mais no
relacionamento entre Burgess e Adam. Eu particularmente não acredito nessa
teoria. Seria um tiro no pé dos roteiristas e vamos combinar que para esse tipo
de drama de triângulo amoroso, temos umas dez séries da CW que cumprem o
requisito.
PS: Voight liberou Linstead.
Ótimo, pois se tivéssemos mais um vai não vai no relacionamento desses dois, ia
desgastar o casal. Vide Dawsey em Chicago Fire.
PS2: Que erro de continuação
infantil a produção cometeu nesse segundo episódio. Em algumas cenas, o Jay
aparecia com barba grande, em outras, a barba estava rala.
E vocês, o que acharam do
episódio?
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