A indústria cinematográfica é cruel e tem sido desse jeito bem antes de Bette e Joan. O que é uma grande contradição considerando todo o entretenimento e as mudanças que ela é capaz de provocar. Talvez o que nos assombre é pensar a que custo tudo isso é gerado. Não financeiro, mas basicamente humano. Quantas pessoas foram humilhadas, manipuladas, tiveram seus sonhos e dignidades jogados na lixeira para que um filme acontecesse? A cada episódio de Feud nós vamos destrinchando melhor essa conta.
Percebemos uma clara sequência de egoismo, primeiro com o Jack Warner, que é com certeza um dos homens mais repugnantes já representados, incapaz de uma atitude decente. Depois partimos para o Bobby, que tem boas intenções, mas essas são enterradas ao serem confrontadas com os seus interesses pessoais. Por fim, temos as próprias atrizes, que se autodestroem(ou tentam destruir uma a outra) em uma tentativa de desabafar a raiva. Joan segue no primeiro caminho, a sensação de estar ficando para trás é muito grande para o ego dela suportar. O esquecimento é um dos maiores medos para quem está no ramo artístico, e se torna ainda mais aterrador quando você acha que o seu pior inimigo está levando todo o crédito.
Fiz algumas pesquisas, e ninguém tem muita certeza de Pauline Jameson é uma personagem real ou não. De qualquer forma, ela é ótima para mostrar também como as mulheres que ficavam por trás das câmeras eram tratadas. Ninguém daria um grande projeto para ela e muito menos confiaria no seu potencial. Só o tom esperançoso de mamacita no final não me convenceu muito, afinal a grande revolução que ela previa ainda não começou a acontecer, pois lembrando a todos, Feud é uma série sobre mulheres, mas criada e escrita, na maior parte dos episódios, por homens.
PS:Não queria ser eu a dar a noticia para Joan de que não ganhou uma indicação.
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