Utilizando os poucos recursos que
tinha em mãos na situação em que se encontrava, como Clarke bem pontuou, o que
Octavia fez foi realmente admirável. Assustador e brilhante. Se
ver um homem instantaneamente se jogar na frente dela para receber um tiro que
o deixaria em pedaços não for suficiente para exemplificar a unidade e devoção do
Wonkru, a cena poderosa do povo unido servindo de escudo humano, em meio a uma tempestade
de areia em que existiam fragmentos semelhantes a vidro voando por todos os
lados, para proteger sua rainha deve ter servido para provar seu
ponto.
É importante observar também que
essa relação de devoção não se mostra unilateral. Octavia também apresenta um
comprometimento cego com sua criação e faz bastante sentido tendo em vista que
aquela se tornou sua família. Os princípios unificadores que serviram de base
para fortalecer o processo de formação dessa sociedade ao status que se
encontra hoje foram os mesmos que moldaram a nova Octavia, logo, o apego aos
ideais foi importante para a manutenção da fé na sobrevivência para todos os
envolvidos. Assim, não é tão difícil acreditar que a jovem Blake passaria sim
por cima do irmão pelo seu povo. Finalmente um povo seu. Disso ela não vai
desistir fácil, o forasteiro agora é ele.
Com todos no mesmo ambiente, temos
a situação de instabilidade instalada e assim chegamos a uma das cartas marcadas
de cada temporada: a declaração de guerra. O embate é inevitável desde o
trailer, temos dois exércitos com líderes determinados, uma única área verde habitável e muita gente
impaciente junta. A diferença, já percebida por Diyoza, é a ferocidade quase
que primitiva na lealdade do povo de Octavia que claramente impressiona quando a
oposição é formada por prisioneiros sem o mínimo de organização ou vontade de
seguir ordens.
Como falamos de The 100, o passo
seguinte é o equivalente à segunda carta marcada: evitar a guerra de acontecer.
Grandes embates vêm sido traçados no decorrer das temporadas, mas nunca uma
grande guerra nos foi mostrada, a disputa dos Delinquentes vs Grounders no
final da primeira temporada foi o mais próximo que chegamos. Para esse segundo
ponto minhas apostas vão para questões biológicas como, por exemplo, os vermes do
deserto. Sinto que esses vermes mutantes não foram vistos pela última vez, já
que um deles foi guardado imagino que deva ser usado no futuro para algum propósito
assim como a misteriosa doença dos prisioneiros, que deve ter uma importância nas
histórias que virão a se desenvolver. Mas por enquanto vamos focar na situação
atual.
Depois de anos naquele bunker vendo
a situação chegar ao ponto que chegou, acredito que esteja bem tarde para Kane
forçar suas palestras filosóficas em Octavia agora. Admiro bastante a
capacidade do homem de ainda manter seus ideais pacíficos, mesmo que utópicos,
sem se deixar levar e se extremizar como era a tendência de Jaha, por exemplo,
mas ao mesmo tempo soa como se fosse a única pessoa que não aprendeu nada sobre
a realidade da vida que levam a tempos, como se não acompanhasse as modificações
que estão ocorrendo nos diferentes tipos de sociedade em que vem sido inserido.
Uma coisa é se manter fiel a seus princípios outra é agir como se todos os
casos fossem na mesma situação. Temo que seu ponto de virada tenha que envolver
uma grande tragédia pessoal e a única na mira para isso é nossa Griffin mais
velha.
Falando em ligações pessoais importantes,
principalmente em Pandora’s Box, a palavra chave foi reencontros. Teve para
todos os gostos então escolham seus favoritos seja o de mãe e filha, o abraço entre
Bellamy e Clarke ou dos irmãos Blake, o feito por comunicadores. Todos tiveram
seu momento especial, mas ao mesmo tempo em que o alivio do reencontro
estivesse estampado em suas caras, a tensão estava sempre em volta. Momentos
doces em meio ao caos. E alguns dos próprios momentos doces vão acabar incitando
mais caos. Boatos que em breve a Echo vai preferir ter ficado no espaço.
PROMO DO PRÓXIMO EPISÓDIO:
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