“There's a rule that's written in stone. And it is never
broken. The Robinsons stick together.” – Will Robinson
Tem um bom tempo que não assisto uma série em que a
qualidade vai melhorando linearmente com o passar dos episódios. Normalmente
elas começam bem, caem um pouco, voltam a subir, caem novamente e terminam no
alto. Mas não Lost in Space. A cada episódio a vontade de ver o próximo
aumentava. A curiosidade para saber o que vinha em seguida, para ver como
determinado personagem ia sair da situação em que estava só aumentava. Tudo foi
realmente muito bem pensado.
Pelo meu ponto de vista, essa primeira temporada ia servir
mesmo só para introduzir os personagens, a vontade mútua de ir para Alpha
Centauri e como realmente só os melhores iriam para o “paraíso”. Além de ir
contando, aos poucos, os segredos de cada um. Eu fiquei um pouco incomodada
quando o aspecto “perdidos” não fez tanto sentido. Afinal, eles tinham que
estar em um planeta desconhecido, sozinhos ou então com alguns alienígenas. E
só. Não com metade da tripulação da Resolute. Mas quando se para e pensa, dá
para notar como tudo faz sentido.
Já imaginava que a nova versão seria consideravelmente
diferente da versão original. A começar pela aparência do robô, o qual
carinhosamente apelidei de “Aquecedor”. O motivo? Só Deus sabe, honestamente.
Eu esperava aquela coisa que falava “Perigo, Perigo” e ficava balançando os
braços parecendo um boneco de posto. Confesso que ele foi um pequeno turn off
quando vi o trailer. (Aparentemente só para mim, porque a quantidade de gente
que achou o robô um turn on imenso, querendo fazer coisas meio inapropriadas
com ele, não dá para ser medida). Mas a forma como o robô foi construído,
falando poucas palavras e ouvindo apenas Will Robinson foi muito interessante.
Me apeguei tanto ao Aquecedor que cheguei a ficar mais triste pelo que
acontecia com ele do que o que acontecia no geral. E claro, extremamente
preocupada com Debbie, a galinha.
Da mesma forma que a primeira versão, o principal foco é a
Família Robinson e a Doutora Smith, que tem esse nome após tê-lo roubado do
verdadeiro Doutor Smith (o Will Robinson da série original). A atriz é tão
maravilhosa e o roteiro foi tão bem feito que não tem como não criar ranço dela
quase imediatamente, além de ter momentos de dúvida se ela é realmente uma
péssima pessoa ou se só toma péssimas decisões. Como a boa manipuladora que é,
ela consegue convencer Will Robinson facilmente, ainda mais pelo fato de que
ele é uma criança. E que vontade de apertar esse menino e nunca mais soltar!
Ele é muito fofo, também toma algumas decisões questionáveis, mas ele pode
errar. Ver o desenvolvimento do personagem, principalmente em relação ao pai e
quando descobriu que a mãe havia feito uma troca consideravelmente ilegal para
que ele pudesse embarcar, foi uma coisa maravilhosa. Não só dele, mas do resto
dos personagens também.
Por mais que todos eles tivessem demonstrado algum sinal de
desenvolvimento ao longo da temporada, eu diria que o arco de John foi um dos
mais importantes. Toda a questão de ele tentar se reaproximar da família, tendo
em vista que ele e Maureen estavam a ponto de assinarem os papeis do divórcio,
foi muito bem escrita e interpretada. As dúvidas em relação ao robô e tudo o
que ele fez para proteger a família fez dele um dos meus personagens favoritos.
A matriarca da família Robinson também é maravilhosa, apesar de ter decidido
que seria uma ótima ideia levar a família toda para morar em outro planeta e
deixar o pai das crianças para trás. É ela quem tem as principais e mais úteis
ideias para tirar todo mundo daquele planeta para que eles possam retornar ao
plano original.
Minha personagem favorita, sem a menor sombra de dúvidas é
Penny. Não sei se é porque ela também é a filha do meio, mas me identifiquei
com a personagem na hora. Ela é ótima, tenta tirar o melhor das piores
situações e tem sempre um comentário irônico para fazer. Judy, sua irmã mais
velha é até legal, fez algumas coisas muito boas ao longo da temporada, mas eu
demorei um tempinho considerável para gostar dela. No início achava ela muito
egoísta, não ouvindo o que os outros falavam e sempre querendo fazer alguma
coisa que não devia. Depois que o trauma inicial passou ela mudou – e muito –
para melhor.
Agora quem eu imaginava que seria uma peste, mas na verdade
é o maior mozão possível é Don. Talvez pelo costume de sempre ter mais de um
personagem bem sacana nas séries, achei que West seguiria por esse caminho. Ainda
bem que estava errada. Na série original ele é um Major. Aqui, um
contrabandista. Ou, em suas palavras, um “mercador de produtos e bebidas de
qualidade”. Quando ele pegou as botas da parceira morta e não enterrou ela, já
conseguia escutar o “perigo, perigo” do robô antigo na minha cabeça. Só que quando ele decidiu adotar Debbie e
proteger a galinha antes de qualquer coisa, já sabia: crush, mozão, enrolarei
no cobertor e protegerei de todo mal do mundo.
Paixonite à parte, Don também evoluiu muito. Deixou de se
importar somente com dinheiro e, em partes, com reconhecimento e decidiu fazer
o que era certo, mesmo que isso o deixasse para morrer no espaço. Ele já era
uma pessoa naturalmente boa, mas depois que caiu no planeta e conheceu a
família Robinson, a bondade aumentou exponencialmente.
Eu só sei que Lost in Space foi uma das melhores séries que
eu poderia ter insistido em ver. Se tornou uma das minhas favoritas e agora só
quero saber de proteger os Robinsons e os West (sim, Debbie é uma West e
ninguém pode me convencer do contrário) e ver eles ficando realmente perdidos
no espaço.
“There was a time all I ever thought about was the things I
never did. Birthday card I forgot to mail. Birthday card I forgot to buy.
Birthdays just came and went. But then, I came to realize it was all the days
in between I was really missing out on. Breakfast before school, driving
carpool to soccer practice, skinned knees that I was never there to put
Band-Aids on Regular days. Yeah, that's what really mattered. I had three great
kids that I thought I'd lost forever. But you know, crashing on this planet is
the best thing that ever happened to me because it helped me find them again. I
love Penny 'cause she gives me lip. But she tries harder than anyone will ever
give her credit for. I love Will 'cause he sees things that I can't see.
Anyway, he's smarter than I am. I love Judy 'cause even though I'm not her
biological dad, she's exactly like me. I mean, she's strong, fearless. Maybe I
just wish I was more like her.” – John Robinson
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