Foi preciso muito tempo e coragem para que eu viesse aqui indicar Nanette para os leitores do DDS. Tempo para maturar a importância do que eu havia assistido. E coragem para falar sobre um tema que me atinge diretamente.

Hannah apresenta seu show, Nanette, na Ópera de Sidney e, em um primeiro momento, você pode até achar que será mais um stand-up meia-boca. As piadas inicias, de forte tom feminista desde o começo, nos fisgam e enganam. O que acontece é que durante a apresentação somos surpreendidos com uma história pesada e importante.
As piadas inicias,
de forte tom feminista desde o começo,
nos fisgam e enganam.
Disse no começo do texto que eu era um dos atingidos pelo tema. De início eu nem percebi isso, mas com o passar da apresentação, vi o quanto eu me incluía e como aquilo era importante para mim. Em determinado momento ela chega a dizer: "Se você, homem, branco, hétero, está se sentindo atacado por esse show, ótimo, você era o alvo!"

"Ah, mas não me encaixo nesse grupo". Ok, o show segue sendo pra você! Seja você quem for, independente de gênero, religião ou opções políticas, você deveria ver essa aula que Hannah tem para nós. Ela se desconstrói e se reconstrói em frente as câmeras. Faz uma autoavaliação do início de sua carreira e do futuro.
Hannah choca, emociona e até mesmo consegue divertir (quando ela tem esse objetivo, para nos fisgar). Ela amadurece em frente à tela, enquanto se posiciona sobre os mais diversos pontos que permeiam seu universo particular. Tendo nascido na Tasmânia, país que considerava a homossexualidade um crime até 1997, ela era diariamente afetada por todo ambiente que vivia. Afinal, ser lésbica era cometer um crime. São coisas que muitos de nós somos incapazes de conceber. Imagine você ser um criminoso apenas por ser quem você é, por sua orientação sexual. Pesado, muito pesado...
Ela se desconstrói
e se reconstrói em frente as câmeras.
Hannah choca, emociona e até mesmo consegue divertir (quando ela tem esse objetivo, para nos fisgar). Ela amadurece em frente à tela, enquanto se posiciona sobre os mais diversos pontos que permeiam seu universo particular. Tendo nascido na Tasmânia, país que considerava a homossexualidade um crime até 1997, ela era diariamente afetada por todo ambiente que vivia. Afinal, ser lésbica era cometer um crime. São coisas que muitos de nós somos incapazes de conceber. Imagine você ser um criminoso apenas por ser quem você é, por sua orientação sexual. Pesado, muito pesado...
Arrisco dizer que, como muitas coisas importantes, esse show irá passar despercebido por aqueles os quais ele teria um peso maior. Mas não importa. Eu preciso dizer para todos: ASSISTAM NANETTE!
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